07/01/2014

Revanche - Capítulo 1

Revanche


5 ANOS ANTES

 Parei o carro em frente a casa de Samantha. Sinceramente, nem acreditava que eu estava fazendo mesmo aquilo. Sai do carro e fui até a soleira da sua porta, tocando a campainha. Ouvi no fundo alguém dizendo "já vai" e então uma senhora de avental abriu a porta. Ela tinha um pano de prato em suas mãos.
Oi, dona... - como eu pude esquecer o sobrenome dela. - Eu vim buscar a Samantha para ir à festa. - disse e sorri.
SAMANTHA, TEM UM GAROTO AQUI PROCURANDO VOCÊ! - gritou a mulher, colocando a cabeça para trás. - Onde será mesmo esta festa?
No lago. - disse. - É a nossa festa da fogueira.
E o que vai ter lá?
Uma fogueira. - disse. - E todos nós ficaremos em volta dela.
Antes que a mulher pudesse me perguntar algo a mais, ouvimos as madeiras da escada ranger. E então de lá desce Samantha. Ela estava vestindo uma roupa básica e seus cabelos cacheados e castanhos estavam soltos. Assim que ela me viu, abriu um sorriso e mostrou sua boca com destes tortos, sendo consertados pelos aparelhos.
Não, eu não gostava dela. Na verdade, eu tinha ânsia de vômito cada vez que a via. Seu rosto era coberto por espinhas daquelas vulcânicas, que parecem que vão explodir a qualquer momento. Ela usava óculos fundos de garrafa, que deixavam seus olhos estranhamente grandes. Ela também era gorda. Muito gorda. E seu cabelo então... Ela tentava ajeitar, mas só piorava.
Você deve estar se perguntando: "Se não gosta dela então porque você se comprometeu a levá-la a uma festa?" Porque todo ano a minha turma escolhia alguém para pregar uma peça na festa da fogueira e desta vez a vítima era ela. E eu fiquei encarregado de ser a "isca". Todos sabiam que lá no fundo ela era apaixonada por mim. Por isso, nunca recusaria um convite meu para sair.
Assim que Samantha chegou perto de mim, sua mãe deu espaço para ela sair. Fomos para o meu carro e partirmos assim que a mãe dela dizia "Volte até as 23h".
***
Chegamos na festa alguns minutos depois. Samantha tentava de todo o jeito puxar assunto comigo, e eu tentava ser o mais simpático possível. Desejava cada vez mais que aquela tortura acabasse. Achei que teria que enrolá-la por mais um tempo, porém, quando colocamos o pé para fora do meu carro, já vi que tudo estava como o combinado.
Samantha foi toda animada para festa. Se ela soubesse o que estava a esperando...
Eu cheguei perto do ouvido dela e sussurrei:
Já nadou no lago nua?
Vi seu rosto corar.
Nunca. - respondeu.
Hoje será a sua primeira vez. Encontre-me bem ali nas árvores daqui a 15 minutos.
Mas é claro que 15 minutos depois eu não fui me encontrar com ela. Fiquei sentado perto de Raquel e a tocava em lugares estratégicos para fazê-la ficar com tesão. E então eu vi meus amigos posicionando os holofotes para as árvores e iluminarem Samantha, que estava apenas de calcinha e sutiã.
Todos começaram a rir dela. Samantha gritou e tentou esconder o corpo com as mãos, como se isso adiantaria para esconder o corpo grande dela. Todos riam, principalmente eu. Eu vi lágrimas brotarem de seus olhos, mas não liguei. Ninguém ligou naquele momento. E então alguém empurrou e ela caiu dentro do lago. Rimos ainda mais até não aguentar.
Samantha saiu da água, pegou sua roupa e saiu dali correndo e chorando.
Nunca mais a vimos desde aquele dia.

HOJE

Faz tempo que eu não andava de avião. Quem diria que eu pegaria um avião para voltar para o lugar onde eu cresci para ser padrinho de casamento? Eu nem acreditei quando o meu irmão, Vinícius, me disse que estava noivo. Só acreditei depois que ele me mostrou a sua noiva no Skype: uma linda mulher super simpática - e também com uma bela bunda; desculpe, mas eu não consegui evitar de não olhar a bunda dela.
Então, aqui estava eu, dentro de um táxi me dirigindo para a minha antiga casa. Eu recordava de todas as boas lembranças que eu tive naquela cidade enquanto olhava para o lado de fora da janela. Não demorou muito para o táxi parar em frente a minha casa. Paguei, peguei a minha mala e sai.
Respirei fundo antes de tocar a campainha.
Logo minha mãe abriu a porta e gritou feito uma doida. Ela agarrou meu pescoço com tanta força que eu quase sufoquei. Mas isto era saudades. Eu também estava com muitas saudades dela.
– Meu Deus, Victor! Como você cresceu! - disse enquanto eu entrava. - Eu não te disse que você ficava mais bonito deixando a barba crescer? Eu sempre te disse...
– Victor! - minha mãe foi interrompida pelo pai que me abraçou forte enquanto dava tampinhas em minhas costas. - Quanto tempo! Visitar-nos faria tanto mal assim a você?
– Desculpa, pai. Prometo que venho mais vezes. - disse e abri um sorriso.
– Seu irmão já está aqui. - disse e nós três fomos para sala. Lá eu vi meu irmão sentado ao lado da sua noiva, Victoria. E então eu percebi que tinha mais alguém sentada no sofá. Uma linda garota que parecia ter a minha idade. Seus cabelos eram castanhos e lisos. Seus olhos azuis. Seu corpo era lindo, mais formoso que todos os corpos das garotas que eu já havia "namorado". E sua boca... Senti desejo de devorá-la assim que a vi.
Meu irmão se levantou do sofá e me abraçou.
– Quanto tempo que eu não te vejo. - disse.
– Digo o mesmo para você.
– Quero que você conheça oficialmente a minha noiva: Victória. - ela se levantou e estendeu a mão para me cumprimentar.
– Prazer em conhecê-lo, Victor.
– O prazer é todo meu, futura cunhada. - disse e abri um sorriso para ela. - Vinícius me falou muito de você.
– Não tanto quanto ele falou de você. - ela fez uma pausa. - Ah, Victor, quero que você conheça a minha melhor amiga que é também a minha madrinha. Ela viveu aqui por um bom tempo e disse que estudou com você. - era impossível. Eu me lembraria de uma garota com tantas curvas assim. - Esta aqui é a Samantha.
Congelei assim que ouvi seu nome. Samantha? Não, não poderia ser ela. Samantha era uma garota horrível e ela era uma garota irresistível. Poderia uma pessoa mudar tanto assim.
– Tenho prazer em revê-lo, Victor. - disse ela e esticou a mão para mim. Ela também abriu um sorriso. O mais lindo que eu já vira. Demorei alguns segundos para que eu pudesse cumprimentá-la. Abri um sorriso e disse:
– Eu que tenho o imenso prazer em revê-la. - e abri um de meus sorrisos irresistíveis.
Bom,esse é o primeiro capitulo. Espero que gostem!

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